

Ana Maria de Almeida nasceu em 10 de maio de 1968, na vibrante cidade de Salvador, Bahia. Desde pequena, foi envolvida pelo universo das palavras e das histórias, um amor que cresceu sob o olhar atento de sua avó, Dona Conceição. Foi com ela que aprendeu a importância da leitura, do respeito ao próximo e do conhecimento como chave para um futuro promissor.
A educação sempre foi sua maior paixão. Formou-se em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, com dedicação, concluiu seu Mestrado em Educação. Seu talento e empenho a levaram a se tornar uma referência na alfabetização de jovens e adultos, recebendo prêmios e reconhecimento ao longo da carreira. Mas Ana Maria ia além da sala de aula: escreveu três livros infantis, incentivando o amor pela leitura desde cedo e tocando o coração de incontáveis crianças.
Casada com Joaquim Almeida, construiu uma família repleta de amor e companheirismo. Juntos, criaram três filhos – Marcos, Helena e Rafael – e viram com alegria a chegada dos seis netos: Júlia, Sofia, Matheus, Laura, Pedro e Tiago. A família era seu maior tesouro, e cada encontro era celebrado com histórias, risadas e momentos inesquecíveis.
Durante 35 anos, atuou como professora em escolas públicas, e após sua aposentadoria, dedicou-se integralmente à escrita e a projetos sociais voltados para a educação. Criou um projeto de incentivo à leitura para comunidades carentes, ajudando milhares de crianças a descobrirem o prazer dos livros. Para Ana Maria, o conhecimento era um presente valioso que todos deveriam ter acesso.
Os momentos livres eram preenchidos com passatempos que aqueciam sua alma: costurar, cozinhar pratos típicos da Bahia e, principalmente, contar histórias para os netos. Cada narrativa era um espetáculo de imaginação e carinho. Além disso, viajava sempre que possível, explorando novos lugares e culturas. Ouro Preto, Lisboa e a Toscana estavam entre seus destinos favoritos, mas foi em Portugal que viveu um dos momentos mais emocionantes da vida, ao encontrar registros de seus ancestrais e se conectar com suas raízes.
Seus desafios foram enfrentados com coragem e perseverança, sempre acreditando na força do amor e da educação. Mesmo após se aposentar, continuou ensinando de forma voluntária, ajudando adultos que não tiveram a oportunidade de estudar na infância. Seu legado é marcado por milhares de alunos alfabetizados, livros que continuam inspirando leitores e uma biblioteca comunitária que leva seu nome e mantém viva sua missão de transformar vidas através das palavras.
Ana Maria de Almeida será sempre lembrada como uma mulher que acreditou no poder das histórias, das palavras e da educação. Seu lema, “Coragem para agir, paciência para esperar”, ecoa nos corações de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la e aprender com ela. Seu brilho permanece vivo em cada livro aberto, em cada história contada e em cada olhar de gratidão de quem teve sua vida tocada por ela.



A vida, as memórias e o legado de
Minha mãe sempre acreditou que cada pessoa carrega uma história dentro de si, e que ouvir era tão importante quanto ensinar. Quando eu era criança, lembro de um dia em que voltei da escola triste porque um colega havia rido de um erro meu na leitura. Mamãe me pegou pela mão, me levou até a estante e tirou um livro. ‘Você vê esse autor aqui?’, perguntou, apontando o nome na capa. ‘Ele errou tantas vezes antes de acertar que, se tivesse desistido, esse livro não existiria.’ Depois disso, ela passou a corrigir meus erros com histórias de pessoas que superaram desafios. Hoje, ao olhar para trás, percebo que foi esse ensinamento que me deu força para nunca desistir dos meus sonhos.
Helena Almeida, filha
Conheci Ana Maria quando éramos jovens, vizinhas em Salvador. Desde o primeiro dia, sua paixão pela educação me impressionou. Mas nossa amizade foi selada anos depois, em uma viagem que fizemos para a Itália. Planejamos cada detalhe como duas adolescentes animadas. Passeamos pelas ruas de Florença, tomamos sorvete na Piazza del Campo e nos emocionamos ao visitar bibliotecas históricas. No último dia, sentadas em uma praça, ela segurou minha mão e disse: ‘Viu? Nunca é tarde para realizar um sonho.’ E era assim que Ana via a vida: cheia de possibilidades, independentemente da idade.
Dona Teresa, amiga de longa data
Vovó tinha um talento especial para transformar qualquer momento em uma grande aventura. Quando éramos pequenos, ela criou um ‘clube secreto de contadores de histórias’ só para os netos. Sentávamos no tapete da sala, e ela nos dava missões: inventar um final diferente para um conto de fadas ou descrever como seria o nosso próprio mundo encantado. Crescemos com essa magia no coração. Até hoje, quando fecho os olhos, consigo ouvir sua voz dizendo: ‘As melhores histórias são aquelas que ainda vamos escrever.’ E, de alguma forma, sei que ela continua nos guiando em cada página que viramos na vida.
Matheus, neto


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Que sua história siga iluminando vidas e corações, transcendendo o tempo e mantendo sua luz sempre presente.